Descubra quem vocês são e tentem não ter medo disso.

domingo, 24 de abril de 2011



(...) Não sei quanto tempo se passou desde que o café acabou. Lembro-me apenas de ter afundado na poltrona e fumado os dois últimos cigarros. Dormi e perdi a linha de meus pensamentos. Acordei com o cheiro do café sendo feito mas não consegui descobrir quem o fizera. A porta estava trancada e só a velha janela permitia a passagem de ar; acho que não de uma outra pessoa, ainda mais só para fazer café. Será que ela veio cuidar de mim? Será que ela entrou por aquela janela na qual eu sempre a olhava chegar? Tenho total consciência de estar ficando maluco. Pois maluco ficarei. Talvez se eu sair de casa e gritar no meio da avenida que procuro por uma mulher jovem ela apareça ou alguém me diga onde encontrá-la. Contei esse pensamento para meu lado moribundo e ele me perguntou se eu saberia descreve-la para as pessoas terem noção do que me ajudar a procurar e eu disse que sim; claro que sim. Acho que menti. Recordo todos os dias, todas as conversas e detalhes, mas quando paro para anotar minha visão tudo se torna um borrão até sumir completamente. Então soco a poltrona, travo os dentes e tomo metade da garrafa de whisk; aquele mesmo que havia parado de beber. Embreagado eu tiro a blusa para meu corpo traspirar e ensaio passos de um bolero qualquer. Só eu e eu, sendo observado pelas rosas e pela mirra. Horrorizadas com a selvageria de um velho elas se escondem. Quando sóbrio e no outro dia vejo mais uma vez a casa moribunda e eu passando a ser indesejavel alí. Não faço parte mais da minha própria casa.

continua ...



24/04/2011 - Deve ter 19 anos o que sinto e lembro de piques desse sentimento. Não lembro o que fiz para melhorar; penso que é uma prova então cada vez meu desempenho precisa ser melhor e diferente. Já deve ter duas semanas essa porra e eu não quis falar com ninguém; na verdade ainda não quero e por isso estou escrevendo aqui. Você já se sentiu completamente sozinho nesse mundo mega povoado ou simplesmente sentiu que o lugar que você está não é o melhor para você? Talvez seja o inferno astral visto o meu aniversário, mas estou sentindo muitooooo disso ultimamente. Fiquei pensando o quão importaria para todos um sumisso repentino e a resposta é que não importaria e se alguém ler isso talvez vire e me fale que importaria sim; mas acho que eu não saberia explicar o tipo de importancia a qual me refiro; então não, não importaria. Estou falando sobre não ser só a pessoa que você vai ligar quando precisar conversar ou precisar de um favor; por que não ser a pessoa que você vai ligar para sair junto de todas as outras que você passa a maior parte de seus momentos ou a pessoa que quando entrar no msn você vai la conversar bobagens? Desde que conheci o mundo, o mesmo que vejo hoje, e ele simplesmente foi separando e separando alguma coisa muito errada tomou conta de mim. Esse sentimento de perda, de vazio e de inutilidade, assim como futilidade. É perfeito estar na rua, mesmo hoje sendo com grupinhos separados e não com a massa que era aos meus benditos 14 anos, bebendo e conversando; mas é horroroso chegar em casa e saber que acabou a noite e que irá demorar pra acontecer uma como aquela; simplesmente porque nem sempre sairei, nem sempre vão chamar e as pessoas mudaram. E sinto que ao longo desses anos de separação e esquecimento fui me moldando para viver nisso. Por mais que exista piques desse sentimento e que por vezes vivo amores reais, hoje me vejo na busca da imparcialidade e até da indiferença. Por muito tempo pensei que iria ter algumas pessoas para sempre e hoje é mais do que visivel que isso é mentira. Por mais que converse com muitas e até as veja falta essa essencia que arrebatva corações jovens. A vontade de todo mundo ser unido e unidos se divertirem. Perdi as grandes pessoas que poderiam entender o que estou querendo dizer aqui; não acho que escrevo para colegas e amigos mais recentes, até porque muitos fazem parte da minha maré de futilidade. Ahhh, como me irrita conhecer alguém que não vive no mesmo mundo que o meu, logo, tenho preguiça de sair à procura do que me interessa e acho que isso se deve ao medo de perder tudo mais uma vez. Ou de ser esquecida mais uma vez. Eis a verdade; todo mmundo é esquecido, eu só não fui completamente, ainda. Cada dia que passa planejo um pouco mais da minha saída de casa, do Brasil; não vejo a hora de entrar na faculdade, formar e ir embora; isso significa dar a volta na América do Sul e quem sabe um dia voltar. Acho que voltaria por algumas pessoas; algumas eu acredito que bem no fundo sintam saudade. Essa coisa toda de querer ser alguém para todos que foram importantes para mim ou só ser alguém para alguém ... essa batalha dolorosa me afasta de mim ... acho que quando sinto tudo isso eu vejo que não cresci na vrdade; sou aquela pessoa nova, com vida e com amigos; então volto à realiade e sou o que muitos conhecem. Felizes os que podem lembrar de mim; nem sempre eu mesma consigo.

Um comentário:

  1. Como as coisas são, não?
    Apenas concluí um texto no meu blog e fui procurar no Google alguma imagem que eu pudesse por para ilustrar o meu texto. Abri este seu blog da onde eu consegui uma imagem muito bonita.
    Depois, vendo que eram textos bonitos, fechei a imagem e comecei a lê-los.
    Nossa, íncriveis. Ótimos.
    Amo textos assim: instrospectivos, carregados de sentimentos, melancólicos.
    Estou te seguindo, e pretendo ler muitos outros textos. Nossa, incríveis, continue assim que vais longe.
    :D

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