Ser incompreendido que declama palavras. Palavras apenas ... soltas ... esvoaçantes ... que vão decaindo ao longo do caminho em espiral. Espiral ... escada em que o topo é porta do abismo ... Jogue-se ... Voe novamente ... asas com movimentos uniformes, suaves. Movimentos da morte ... do inicio ... da liberdade ... da libertinagem.
Ser cor que ofusca por tamanho esplendor de ausência. Ausência de luz e de calor ... sendo então espelho. Espelho que reflete sistemas; sistemas que consomem queimando.
Ser que branda a espada suja de sangue; dos que não são seres e sangue de seu próprio corpo. Corpo marcado pelo tempo que não existe, apenas passa. Passa como tudo fica escrito na historia da evolução. Evolução que nunca existiu.
Ser guerreiro de fé, filho vindo de Beltane, amante da Mãe, devoto do Pai. Mãe tripla, Pai natureza, ser elemento. Elemento como o que arde em seu corpo de fera. Fera solta, arisca, má. Má como tudo o que fizeram a seus ancestrais. Aprendeu a derramar sangue por amor enquanto por sangue derrubavam o amor.
Ser que ascendeu ao Olimpo... com todos que são seres. Apenas seres; dê fim ao divino.
E no fim dos tempos elimina sua eternidade acreditando que a espiral com palavras decaídas seja reconstruída pelo tempo que não existe.
22/12/2009 - Eu deveria ter começado a escrever há muito. Agora não consigo mais lembrar com detalhes certas passagens da minha vida e confundo as marcas temporais. Que se dane! Sou o que me moldei e guardo em mim toda a essência desses anos vividos. Os dias que irão transcorrer, por mais novos capítulos que sejam, serão pouco comentados; o passado será trazido ao presente à minha maneira. Divirtam-se com minhas divagações, se é que eu escrevo para alguém.
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